O Kharayeb Archaeological Museum (KAM) foi projetado pelo escritório Shiogumo nos campos rurais da cidade costeira de Kharayeb, localizada no sul do Líbano. O museu site-specific foi comissionado pelos diretores da exploração arqueológica no sítio, a Dr. Ida Oggiano (Istituto di Studi sul Mediterraneo Antico of CNR, Itália) e o Dr. Wissam Khalil (Universidade Libanesa), para preservar e fortalecer o sentido histórico, cultural e público do lugar.
Um dos principais objetivos do projeto era melhorar o uso dos espaços por parte dos habitantes locais, e, ao mesmo tempo, preservar o contexto natural e rural. Hoje, o sítio é usado pelos locais como "um parque informal, um lugar para namorar escondido e até mesmo um espaço para caçadas", segundo os arquitetos. Oferecendo uma resposta ao contexto, o museu é dividido em uma série de pavilhões independentes: o Pavilhão de Exposições, o Pavilhão de Administração e Serviços, o Café e o Pavilhão de Entrada.
O Pavilhão de Exposições compreende a exibição permanente (the Forest of Light), um espaço para exposições temporárias (the Clearing), um espaço de depósito (the Hollow Boulder), um mirante (Cloud on Stilts). O pavilhão é ao ar livre e não apresenta limites físicos para definir o espaço. Seu pavimento, de cascalho branco, estala ao passo dos visitantes, mesclando auditivamente o espaço ao ambiente externo. Parte da decisão de mantê-lo tão aberto e informal foi encorajar as pessoas a explorar a história dos artefatos do museu, em vez de serem intimidados pela formalidade de um espaço fechado.
O sítio arqueológico remonta à era tardia do ferro e incluiu um templo datado das idades persa e helenística. Descoberto em 1946, os artefatos mais importante do sítio são as milhares de pequenas figuras de terracota produzidas em massa em Kharayeb. Essas figuras desempenham um papel fundamental no projeto do museu da Shiogumo. Em meio à "floresta" das colunas aço corten, as figuras parecem flutuar. Protegidas por vidro e inseridas no meio da seção longitudinal das colunas de aço, as figuras recebem destaque na exposição.
O Pavilhão de Administração e Serviços abriga a recepção, o balcão de informações, as salas dos funcionários e banheiros públicos. O pavilhão foi construído elevado do chão, permitindo a máxima preservação possível do solo.
O Pavilhão que abriga o café se localiza onde anteriormente estavam as tendas dos arqueologistas que escavaram o sítio em 1969. Já o Pavilhão de Entrada foi construído entre o estacionamento e o sítio arqueológico. Os ingressos - gratuitos aos moradores locais - podem ser comprados nessa estrutura.